ASSÉDIO CIBERNÉTICO
Demétrio Sena - Magé
Usei um recurso lá no meu perfil de rede social, que me protege dos disparos maciços: envios excessivos de links das mesmas pessoas, destaques e marcações em série, de outras, e assim por diante. Fiz, porque esses disparos são invasivos, inconvenientes e até arrogantes. Porque ninguém tem o direito de assediar pessoas com apelos ostensivos, talvez persecutórios, para que visitem suas postagens. E porque as pessoas que fazem esses disparos, invariavelmente são aquelas que não interagem com ninguém ou pelo menos quase ninguém. Estão sempre num palco imaginário; recusam-se a ser expectadoras.
Para tais pessoas, está fora de questão ser plateia. A menos que um lugar em determinada plateia seja uma escada para possível palco futuro. Ou seja: quando rararamente estão na plateia, não é por quem está no palco, e sim, porque aquele momento pode ser promissor para elas. Tirando isso, ninguém conte com os quem assediam em rede social, para qualquer ato recíproco de interatividade. Há neles um venha a mim que nunca inverte o caminho. Não conseguem entender as redes sociais como espaços de liberdade ativa e iva. De pleno direito a réplicas e silêncios, mediante as manifestações de seja quem for.
O assédio constrange; os envios sistemáticos, ou disparos, intimam a dar atenção, deixar likes e respostas que nem sempre são espontâneas: são, muitas vezes, apenas para não desagradar, não perder "amizades" e até não sofrer as retaliações abertas ou camufladas, protegidas não por lei... mas, pelo espaço entre uma tela e outra. A web não é, ou não deveria ser, campo de imposições, e sim, de liberdade não invasiva de expressão e de respeito às possíveis expressões reservadas de quem só quer usar, por exemplo, sua rede social como rede artesanal de balanço para o seu ócio produtivo (disponibilizado ou não) de cada dia.
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Respeite autorias. É lei