O RACISMO QUE AGRAVA O CRIME
Demétrio Sena - Magé
O cantor de funk foi preso, porque as suas músicas fazem apologia ao crime. Em sua prisão, há um grande apararo policial: vários agentes armados, algemas, um burburinho, cenário de filme sem qualidade, plateia e xingamentos. Um dos policiais o conduz pelo pescoço, aos empurrões. Não por acaso, o cantor é negro, é "cria de comunidade", ainda não alcançou o seu estrelato absoluto e, acima de tudo, é funkeiro.
Já o influenciador que, por dirigir bêbado, em alta velocidade, atropelou um homem logo após o casamento dele, matou, fugiu e só se apresentou tempos depois, é conduzido com respeito, à delegacia. Dois policiais o acompanham serenamente, ninguém o algema, ele não é exposto publicamente e mão nenhuma o segura pelo pescoço. Também não por acaso, o influenciador é branco, rico e não canta músicas de apologia ao crime. Ele cometeu, pessoalmente. Matou uma pessoa de forma dolosa. Seu crime não foi cantado; foi cometido.
Ambos merecem a prisão, embora o influenciador já esteja livre como um pássaro (um pássaro livre). O que deveria ocorrer é o mesmo tratamento inicial para os dois criminosos; o que incentiva e o que comete o crime. Depois o julgamento e, a pena proporcional a cada crime. Não pode é a polícia, posteriormente a justiça e, o tempo todo, a opinião pública promoverem linchamentos antecipados movidos a preconceito.
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Respeite autorias. É lei