SOBRE DONA MARINA E O SENADO
Demétrio Sena - Magé
Um bando de homens politicocráticos tentou espremer uma mulher, em uma sessão criada para tentar impedir que ela, como ministra do meio ambiente, fizesse valer a defesa não só de sua pasta, mas do meio ambiente, mesmo. Cercada por aqueles senadores ávidos pela defesa dos próprios interesses, em vez dos interesses do Brasil, dona Marina entendeu de pronto, em que armadilha caíra, quando atendeu ao convite para se reunir com eles. Precisava desenhar para os mesmos, a importância de respeitar as prioridades ambientais, pela natureza, como um todo, incluindo a vida humana.
Foi abertamente ofendida. Vítima do machismo, do sexismo e da misoginia daqueles homens nojentos que não am ter que aturar o caráter firme, a inteligência, o arrojo e a coragem de uma mulher. Principalmente uma mulher negra, nordestina e ministra. Política convicta de seus deveres com a sociedade; seus compromissos com a vida humana e o meio ambiente que, para tais senadores, importa que não esteja protegido. E quando um daqueles... diz a ela que se ponha no seu lugar, sugerindo "seu lugar de mulher", porque acham que o lugar da mulher é a submissão, eu também me sinto nojento... nojento por ser homem... por ser do mesmo gênero dessas criaturas que tentam silenciar as mulheres, de formas tão covardes e rasteiras.
Gostaria de abraçar dona Marina. Como sempre quis abraçar dona Dilma... e como vivo desejoso de abraçar cada mulher brasileira vítima de violências físicas, verbais, estruturais, de toda sorte. Mas o meu abraço pode soar abusivo e ameaçador, porque sou homem... porque não dá para confiar em homem, sem antes conviver e observar exaustivamente, até alcançar a certeza do quanto esse homem é digno de qualquer contato com uma mulher. Então me ponho no meu lugar... o meu lugar de quem precisa se policiar muito, para jamais me assemelhar com aqueles homens nojentos do senado.
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Respeite autorias. É lei